O preço do leite pago ao produtor registrou o quarto mês de alta. Segundo a Scot Consultoria, no pagamento de maio, referente ao leite entregue em abril, os reajustes variaram de 1% até 6%, frente ao pagamento anterior. A média nacional ponderada dos dezoito estados pesquisados ficou em R$ 1,116 por litro, sem o frete.
Além da queda na captação em função da entressafra na região do Brasil central e Sudeste, a greve dos caminhoneiros no final de maio e a dificuldade de coleta do leite nas fazendas e escoamento dos lácteos até o consumidor final trouxeram incertezas e especulações ao mercado interno de forma geral.
Muitos laticínios interromperam a captação ou reduziram o volume de leite coletado nas duas últimas semanas de maio, o que deu sustentação, por exemplo, aos preços no mercado à vista e produtos lácteos no atacado e varejo.
Segundo o índice Scot Consultoria de Captação de Leite, em abril, considerando a média nacional, houve queda de 2,8% no volume de leite coletado. Em maio, de acordo com dados parciais, sem considerar os efeitos totais da greve, caiu 2,2%. Esta queda no mês será maior com a consolidação dos números, pois os efeitos da greve não foram contabilizados totalmente e muitos laticínios ainda não tinham ideia do tamanho do prejuízo.
Para o pagamento a ser realizado em junho, referente a produção de maio, 88% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em alta do preço do leite ao produtor, 11% falam em manutenção e 1% estima queda no preço do leite para o produtor, frente ao pagamento anterior.
Um ponto importante é que o mercado, antes da greve, vinha dando sinais de que os reajustes seriam menores daqui para frente. Ou seja, os preços ao produtor subiriam até julho/agosto, mas em um ritmo menor que o observado nos pagamentos anteriores. Com a greve, o viés de alta ganhou força e as intensidades dos aumentos deverão ser maiores que o previsto antes da greve, até que o mercado se regule.