A equipe também vai checar discursos de políticos, mas o trabalho não se resumirá ao período eleitoral.
Todos os dias, jornalistas do projeto vão monitorar as redes sociais, a internet e as sugestões enviadas pelo público. Ao constatar que uma mensagem foi muito compartilhada, vão investigar a fonte que deu origem à informação, verificar se as imagens apresentadas correspondem ao que é narrado e ouvir as pessoas citadas. Fontes oficiais, testemunhas e especialistas também poderão ajudar a esclarecer o que está escrito ou dito. O principal critério de checagem é a transparência, baseada em três pilares:
· Transparência de fontes – O público saberá o caminho de apuração percorrido pelo jornalista. Para isso, todas as fontes consultadas (pessoas ou instituições) serão identificadas.
· Transparência de metodologia – Estarão claros o critério de seleção da mensagem a ser checada, como ocorreu a apuração e o motivo de uma informação ser classificada como verdadeira ou falsa.
· Transparência de correções – Caso haja alguma modificação na checagem, que comprometa sua publicação original, esta estará devidamente identificada.
Os títulos das checagens serão sempre claros, já destacando se a informação é verdadeira ou não. Os três selos de classificação também estarão em evidência, para evitar interpretações dúbias:
· Fato – quando a informação checada é totalmente verídica e comprovada por meio de dados, datas, locais, pessoas envolvidas, fontes oficiais e especialistas.
· Não é bem assim – quando a informação é parcialmente verdadeira, exagerada ou incompleta, e exige um esclarecimento ou uma maior contextualização para ser totalmente compreendida.
· Fake – quando a informação não se basear em fatos comprovados por meio de dados, datas, locais, pessoas envolvidas, fontes oficiais e especialistas.
A campanha Duvide, que precedeu em uma semana o lançamento do projeto “Fato ou Fake”, circulou, em filmes para a TV, anúncios impressos e spots de rádio, nos veículos que fazem parte do projeto, com um convite: antes de compartilhar com amigos e familiares, questione as informações que recebe. Nos filmes, os efeitos manada e dominó, representados graficamente, mostram a propagação de uma história, só interrompida por alguém consciente que decide duvidar. O ruído na comunicação, tão típico das fake news, também é simbolizado em filme por linhas com efeitos de áudio, que se rompem depois que alguém duvida. Um grande ponto de interrogação surge no final, seguido pelo chamado: “Não Deixe o Fake Virar News”, assinatura de todas as peças.
O compromisso com a verdade e o papel dos veículos de comunicação na mudança de comportamento da sociedade levam ao segundo momento da campanha, que também estreia nesta última segunda-feira, dia 30. O objetivo é valorizar o jornalismo e mostrar como a profissão está a serviço de quem duvida, impedindo que notícias falsas virem notícia. O novo filme destaca as pesquisas de campo, o dia a dia da apuração jornalística, a investigação e todo esforço em busca do fato. As demais peças da campanha mostram a perigosa cadeia das fake news, com uma análise sobre assuntos que viralizam, movimentam as redes sociais e podem até destruir vidas.