Em sua quinta final consecutiva de Campeonato Mundial, a seleção brasileira masculina de vôlei foi vice-campeã neste domingo (30.09). Em Turim, na Itália, onde aconteceu toda a Fase Final, o Brasil foi superado pela Polônia por 3 sets a 0 (26/28, 20/25 e 23/25) e encerrou a competição com a medalha de prata após a campanha de 10 vitórias em 12 jogos.
Nas outras quatro finais consecutivas de Mundial, a equipe brasileira foi campeã três vezes – em 2002, 2006 e 2010 – e, em 2014, acabou superada pela própria Polônia, que jogava em casa, e ficou com o título. O técnico do Brasil, Renan Dal Zotto, analisou a partida final e destacou a eficiência dos dois principais jogadores poloneses.
“A gente estudou muito esse time, aconteceu o que esperávamos. O jogo deles é baseado no Kurek e no Kubiak. Kurek é um jogador que vem tentando se firmar nos últimos anos, e nesse ano foi merecidamente escolhido o melhor da competição. É uma referência, pegando bolas altas, jogando solto, é o grande oposto do mundo, hoje. E Kubiak um jogador espetacular, um estilo parecido com o Ngapeth, mas pegando bolas um pouco mais baixas. Ele constrói o jogo. A Polônia joga baseada nesses dois pilares. Eles estiveram muito bem. Em alguns momentos nosso saque entrou bem e eles conseguiram segurar, souberam contornar e foram muito eficientes. Nos preparamos, estudamos, mas infelizmente não foi suficiente”, avaliou Renan.
Neste domingo, o oposto Wallace encerrou a partida como maior pontuador do Brasil, com 14 acertos, seguido por Douglas Souza com 11. O oposto polonês Bartosz Kurek marcou 24 vezes e foi o principal atacante do duelo. Após a partida decisiva, o levantador Bruninho, capitão da seleção brasileira, elogiou o grupo que ficou com a prata.
“Esse é um grupo que nunca desistiu. Foram tantas batalhas, tantas guerras, ao final agradeci muito ao Lipe, um exemplo de superação. Atletas como Evandro, William, jogadores que mesmo estando no banco, sempre deram o máximo, nunca ‘tiraram o pé’. Caras que são inspiração, e torço para que isso siga. Fica a sensação de um time muito unido e que jamais desistiu. Agora vamos pensar para frente, nosso vôlei continua entre os melhores”, disse Bruno.
A seleção do campeonato contou com dois jogadores brasileiro. O central Lucão e o ponteiro Douglas Souza se somaram ao oposto Matt Anderson (EUA), o levantador Christenson (EUA), o ponteiro Kubiak (POL), o central Nowkowski (POL) e o líbero Zatorski (POL). O oposto polonês Bartosz Kurek foi eleito o jogador mais valioso da competição.
“É difícil falar, um sentimento misto de tudo. Fizemos uma campanha incrível no campeonato e sair com uma derrota dessa é ruim. Tem atletas saindo e que não mereciam terminar com um tropeço assim, é bem complicado. Mas eu estou bem orgulhoso também do nosso time, conseguimos dar a volta por cima, sair de situações difíceis. Isso é muito importante para os outros ciclos”, contou Douglas Souza.
Um dos mais experientes do grupo vice-campeão mundial, o ponteiro Lipe agradeceu o apoio durante todo o campeonato. O atleta ainda dedicou a carreira na seleção ao pai Adalberto.
Só queria dizer que saio daqui feliz, de cabeça erguida. Foi uma prata maravilhosa. Talvez a mais difícil. Por tudo que passamos, lesões, toda evolução que tivemos ao longo do Mundial. É muito emocionante para mim. Tinha extrema confiança de que seria um jogo duro, eles foram muito bem. Mas estou muito feliz e muito agradecido de terem deixado eu participar novamente. A comissão técnica acreditou mais em mim, do que eu mesmo. Minha esposa, minha família. Foi uma carreira na seleção maravilhosa. Dedico toda ela (carreira) ao meu pai. Nos momentos mais importantes ele estava ao meu lado. Hoje ele estava aqui. Fico feliz por tudo que fiz aqui”, disse, emocionado, o ponteiro Lipe.
A seleção brasileira chega ao Brasil na manhã desta terça-feira (02.10), às 5h, no voo da Lufthansa AG (LH) 506.
O JOGO
O Brasil saiu na frente no erro de saque do adversário. Na sequência, abriu dois de vantagem em 5/3. A Polônia reagiu e virou o set em 6/5. No primeiro tempo técnico, a seleção polonesa manteve os dois de frente (8/6). Lucão colocou a seleção brasileira encostada no marcador em 7/8. Wallace pontuava bem e o Brasil não deixava o adversário abrir vantagem: 11/12. Quando os poloneses chegaram a 14/11, Renan pediu tempo. A diferença no placar foi a três pontos em 16/13. A vantagem polonesa esteve em quatro em 18/14. O Brasil reduziu a diferença para dois em 16/18. A Polônia voltou a abrir vantagem em 20/16. No ace de Lipe, o Brasil aproximou no placar (19/21) e foi a vez do técnico da seleção polonesa pedir tempo. Na volta, mais um ponto de saque de Lipe e 20/21. No bloqueio de Lucão, o Brasil encostou novamente (22/23). Evandro deixou tudo igual em 23/23. Douglas fez 25/25. Lucão, 26/26. E a Polônia fechou em 28/26.
O adversário da seleção brasileira começou melhor no segundo set, fazendo 3/1. No bloqueio, a Polônia marcou 5/2. A vantagem polonesa se manteve em três em 7/4 e aumentou em 8/4. Douglas, em um super ataque pela entrada de rede, fez 6/9. No bloqueio de Bruninho, 7/9. Depois de boa defesa de Maique, Wallace colocou o Brasil encostado no placar: 10/11. A Polônia voltou a abrir vantagem (13/10) e manteve em 16/13. Lucão fez 15/17. No ace do adversário, o Brasil viu o placar ir para 16/20 e Renan pediu tempo. O placar ainda foi a 17/22 e o técnico da seleção brasileira pediu tempo novamente. Douglas pontuou e o Brasil marcou 19/22. A Polônia, então, fechou em 25/20.
Com Kurek pontuando bem, a seleção polonesa chegou a quatro de vantagem logo no início da terceira parcial: 7/3. Renan pediu tempo. Com dois bloqueios seguidos, o adversário chegou a 9/3. Wallace na entrada de rede marcou 7/12. A Polônia chegou a ter seis pontos de vantagem em 15/9 e manteve a diferença no tempo técnico: 16/10. Douglas reduziu a diferença em 12/16 e depois em 13/17. Evandro marcou 14/17. Evandro marcou 15/19. A diferença caiu para três pontos em 17/20. Com dois pontos seguidos de Evandro, o Brasil aproximou no marcador (20/22), forçando o adversário a pedir tempo. Na volta, mais um ponto do oposto: 21/22. Mas, a Polônia voltou a pontuar e fechou em 23/25.
EQUIPES
BRASIL – Bruno, Wallace, Maurício Souza, Lucão, Lipe e Douglas. Líbero – Thales
Entraram – Maique, Evandro, William, Isac, Lucas Lóh
Técnico: Renan
POLÔNIA – Drzyzga, Kurek, Szalpuk, Nowakowski, Kubiak e Bieniek. Líbero – Zatorski
Entraram – Kochanowski, Konarski, Lomacz
Técnico: Vital Heynen
TABELA – Primeira fase
12.09 (QUARTA-FEIRA) – Brasil 3 x 0 Egito (25/17, 25/22 e 25/20)
13.09 (QUINTA-FEIRA) – Brasil 3 x 2 França (25/20, 25/20, 21/25, 23/25 e 15/12)
15.09 (SÁBADO) – Brasil 1 x 3 Holanda (25/21, 20/25, 20/25 e 21/25)
17.09 (SEGUNDA-FEIRA) – Brasil 3 x 1 Canadá (25/22, 19/25, 25/23 e 25/18)
18.09 (TERÇA-FEIRA) – Brasil 3 x 0 China (25/21, 25/22 e 25/17)
TABELA – Segunda fase
21.09 (SEXTA-FEIRA) – Brasil 3 x 0 Austrália (25/21, 25/22 e 25/15)
22.09 (SÁBADO) – Brasil 3 x 0 Eslovênia (25/22, 25/21 e 25/16)
23.09 (DOMINGO) – Brasil 3 x 2 Bélgica (22/25, 23/25, 25/19, 25/15, 25/15 e 15/12)
TABELA – Fase Final
26.09 (QUARTA-FEIRA) – Brasil 3 x 2 Rússia (20/25, 21/25, 25/22, 25/23 e 15/12)
28.09 (SEXTA-FEIRA) – Brasil 3 x 0 Estados Unidos (25/20, 25/18 e 25/19)
Semifinal
29.09 (SÁBADO) – Brasil 3 x 0 Sérvia (25/22, 25/21 e 25/22)
Final
30.09 (DOMINGO) – Brasil 0x3 Polônia (26/28, 20/25 e 23/25)