Cartilha chama atenção para saúde auditiva no ambiente escolar

Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Secretarias de Estado estão entre os parceiros para criação do material que visa sensibilizar profissionais da saúde e da educação

Secretaria de Estado de Saúde (SES), juntamente com a Secretaria de Estado de Educação (SEE) e outros parceiros, participou da elaboração de uma Cartilha de Saúde Auditiva no Ambiente Escolar. O material, disponibilizado on-line, foi desenvolvido de modo intersetorial para fomentar ações que atentem para a saúde da criança em período letivo.

“A cartilha é um meio de sensibilizar os profissionais da Saúde e da Educação para a importância da saúde auditiva, a fim de possibilitar o pleno desenvolvimento da criança”, afirma a referência técnica de saúde auditiva da SES, Ana Carolina Leite.

O objetivo do material é promover o acesso dos estudantes aos serviços da Atenção Primária à Saúde, por meio da articulação com demais espaços de proteção da criança, além de identificar em tempo oportuno crianças suscetíveis a apresentar alterações auditivas. Com isso, espera-se minimizar os danos causados pela deficiência auditiva na primeira infância e fortalecer as Redes de Atenção à Saúde.

Também são parceiros na criação da cartilha a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Conselho Regional de Fonoaudiologia 6ª Região e Université Clermont Auvergne (UCA), da França.

Diagnóstico

Dividida em três capítulos, a cartilha fornece todo o encaminhamento de como identificar crianças com risco de perda auditiva. O diagnóstico é feito por meio do Instrumento de Triagem Auditiva Infantil (Itai), que faz parte da cartilha. Trata-se de um formulário idealizado, desenvolvido e validado como parte de um projeto de cooperação internacional entre o Departamento de Fonoaudiologia da UFMG e o Laboratório de Biofísica da UCA, na França.

“O Itai é composto por três formulários com questões sobre desenvolvimento da audição e linguagem das crianças entre 12 a 18 meses; 19 a 36 meses e 37 a 48 meses. Tais formulários são divididos em dois eixos: o eixo I é definido como uma entrevista ao paciente ou/responsáveis. Já o eixo II está relacionado aos marcos do desenvolvimento infantil de acordo com as faixas etárias envolvidas”, explica a referência técnica de Promoção à Saúde da SES, Joseane Mariluz de Carvalho.

Ana Carolina Leite complementa ainda que “o Itai é sensível o suficiente para triar crianças com possíveis perdas auditivas, que podem ser temporárias ou permanentes. Os profissionais da atenção primária à saúde irão saber identificar/tratar ou encaminhar devidamente essas crianças, minimizando ao máximo as falhas que impedem o desenvolvimento infantil adequado”, enfatiza.

Após ser identificada como uma criança com risco para perda auditiva, a mesma deverá ser encaminhada para a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência. “Profissionais da Educação e da Saúde deverão sempre estar articulados intersetorialmente e definir o fluxo e melhor estratégia de encaminhamento entre escola e UBS, de acordo com a realidade regional”, aponta Joseane.

A UBS fará atendimento multiprofissional e, caso a equipe observe necessidade, encaminhará a criança para a devida avaliação na rede assistencial especializada de sua região de saúde. Após a avaliação, a equipe irá compartilhar a situação da criança com a escola, de modo que ambas se responsabilizem pelo cuidado.

“As ações na escola contribuem para o acesso da população aos serviços de saúde, o qual requer estratégias e modos operacionais sensíveis aos modos de vida das comunidades, de forma a significar serviços e ações articuladas com o cotidiano dos grupos e coletividades”, finaliza a referência técnica de Promoção à Saúde da SES.

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