Os alunos da Universidade Brasil fizeram um protesto pacífico na manhã desta quarta-feira (4), em Fernandópolis a favor da intervenção do Ministério da Educação (MEC) na faculdade, alvo da Operação Vagatomia, que prendeu 19 pessoas em todo o país acusadas de fraudar o FIES, ProUni e também o REVALIDA, feito para regularizar a situação de médicos formados no exterior para atuarem no Brasil. A operação também tem como alvo pais e alunos que compraram as vagas de medicina na entidade.
Os estudantes se dizem prejudicados com tudo o que aconteceu. Eles permaneceram cerca de uma hora com cartazes do lado de fora da faculdade. “A suspeita é antiga, e a denúncia só veio em março desse ano. E nós, alunos regulares via vestibular, esperamos que os culpados, se assim for, sejam capturados e punidos, e que os recursos sejam recuperados e revertidos para o nosso ensino, que vem sendo dia após dia se precarizando”, afirma o estudante Maurício Caramel, que está no quarto ano de medicina.
Segundo o depoimento dele, o excesso de alunos provocou o distanciamento dos professores, o que é confirmado pela Polícia Federal. Segundo as investigações o excesso de estudantes passava dos 1,2 mil. “A estrutura do campus de aula e de internato não acompanharam esse crescimento absurdo e desenfreado”, salienta.
A intervenção do Ministério da Educação, embora seja apoiada pelos estudantes, é vista com desconfiança, já que os desvios aconteceram mesmo sob supervisão do MEC. “Não sabemos até que ponto essa intervenção supriria essas irregularidades. Claro que a tendência é melhorar e que algo seja feito, mas temos dúvidas também quanto a idoneidade do MEC”
Fraude milionária
A Operação Vagatomia cumpriu mandados de prisão dos estados de São Paulo e Mato Grosso e prendeu 19 pessoas, além de apreender documentos, eletrônicos e dinheiro, além de aeronaves e veículos. Segundo a Polícia Federal, políticos, amigos dos donos da instituição, servidores públicos fazendeiros compravam as vagas e pagavam até R$ 120 mil.
A estimativa é que os prejuízos no FIES e no ProUni passem dos R$ 500 milhões. A Justiça, inclusive, bloqueou R$ 250 mi dos acusados.