O Museu de Arqueologia de Água Vermelha , que foi instalado em Ouroeste em 2003, recebeu essa semana, na quinta-feira, dia 30 de janeiro , uma importante obra, a estátua do índio de bronze que era o “cartão de visita” do casarão construído na antiga Cachoeira dos Índios de propriedade do ex-Governador do estado de São Paulo, Ademar de Barros. Com a construção da Usina de Água Vermelha, a estátua foi removida na década de 70 e só depois de meio século retornou a cidade de Ouroeste. Foram mais de um ano de tratativas entre a Diretora de Cultura Rosângela Pinheiro com a Pinacoteca do Estado de São Paulo onde estava abrigada. Ainda no início desta semana, na segunda-feira, dia 27, a Diretora de Cultura do município e responsável pelo Museu Água Vermelha foi até são Paulo, para acompanhar como seria transportada a obra e acertar os últimos tramites com a Pinacoteca. A estátua foi esculpida em bronze em 1949 pelo escultor Luiz Morrone (1906-1998). A escultura foi acompanhada também pela restauradora Tatiana Russo que integra o Núcleo de conservação e restauração de obras da Pinacoteca do Estado. De acordo com ela, é importante e necessário acompanhar o processo de “desembalo”, além de orientar sobre o local a qual ficará exposta. A chegada da obra ao museu foi acompanhada ainda com muita emoção pela prefeita Dra. Lívia, pelo Vice “Neno”, pelo presidente da Câmara Rosalino Tomaz, pelos vereadores: San, Rita, Marcos, Denílson e “Bagi”, e toda equipe de funcionários do museu.
DAS TRATATIVAS
Quando a atual Diretora de Cultura Rosangela Pinheiro assumiu o cargo e soube da história da obra que estava presente nos registros do local , fez contato com a Unidade de Patrimônio Museológico da Secretaria de Cultura de São Paulo e explicou a importância da escultura histórica para o município. Em ofício solicitou que a unidade fizesse as tratativas junto a Pinacoteca do Estado para o que o município pudesse ser guardador da obra. Foram muitas tratativas até que os órgãos se posicionaram e então foi possível o remanejo da escultura. A Diretora de Cultura e sua equipe providenciaram o quanto antes o transporte e seguros exigidos pela Pinacoteca. A estátua ficará no museu em sistema de empréstimo comodato inicial de quatro anos, sendo renovado esse comodato pelo mesmo tempo, uma vez que a Pinacoteca não doa obras, a única exigência feita é o seguro da obra e a preservação da mesma em local apropriado. “Estou muito satisfeita, o envolvimento foi muito grande de toda a equipe, não posso deixar de agradecer ao turismólogo Evandro Júnior que nos auxiliou em todos os momentos das tratativas”, disse a Diretora do Museu Rosângela Pinheiro.” A obra ainda não está aberta a visitação, a expectativa é de uma grande exposição contando toda a sua história com moradores daquela época que frequentaram o antigo casarão de Ademar de Barros.
ESTÁTUA DO ÍNDIO DE BONZE
A estátua teria sido uma encomenda do então Governador do estado de São Paulo no ano de 1947 Ademar de Barros, que fizesse uma estátua de um índio que guardasse a frente da sua casa. Ademar de Barros tinha propriedade perto da Cachoeira dos Índios, onde hoje é a subestação da Usina Água Vermelha. A escultura ficava de frente a sua casa conforme registros de fotos da época. Em 2004 o filho de Ademar de Barros fez doação da obra a Pinacoteca do Estado de São Paulo. A escultura teria saído do município no início da década de 1970. Luis Morrone foi um dos mais ativos escultores brasileiros. Criou centenas de estátuas, bustos e hermas, sendo também de sua autoria o brasão de armas do estado de São Paulo.
NOVOS INVESTIMENTOS
No último dia 21 de janeiro, deste ano, o Museu Água Vermelha teve aprovação para captar recursos com base na Lei Rouanet. O projeto é de ampliação do Museu, modernização e manutenção dos espaços de exposição, além de possibilitar o recebimento de exposições Itinerantes.