Pecuaristas têm vencido a queda de braço contra os frigoríficos, mantendo a pressão de alta da arroba; Boi segue firme o estradão, sem espaço para marcha à ré.
Depois do forte movimento de alta da semana passada, o mercado do boi gordo abriu a segunda-feira em compasso de espera, com os preços da arroba estabilizados – nas alturas – na maioria das regiões pecuárias. A exceção ficou para as praças do Mato Grosso e do Maranhão, que registraram elevação nas cotações dos animais terminados, segundo apurou a IHS Markit.
Segundo a Scot Consultoria, no Sul da Bahia, a cotação subiu 1,3% na comparação dia a dia, ou R$3,00/@, e o boi gordo ficou cotado em R$243,00/@, considerando o preço bruto, a prazo, R$242,50/@, com desconto do Senar, e R$239,50/@ com desconto do Funrural e Senar.
O Indicador do Cepea, subiu de forma significativa e trouxe um novo recorde para o período, fechando a R$ 229,45/@ nesta última sexta-feira. Esse é maior valor observado pelo CEPEA, considerando os últimos meses.
No aplicativo da Agrobrazil, foram observadas valorizações em algumas praças, com São Paulo fechando com média de R$ 229,65/@. Os preços nas praças de São Paulo, tiveram variação de R$ 226 a R$ 232/@.
Pecuarista de Feira de Santana/BA, registrou informou negócios de R$ 260/@ com prazo de 30 dias para pagamento e abate programado para o dia 24 de agosto. O Estado possui uma das arrobas mais caras, segundo levantamento e comparação semanal realizada pelo aplicativo.
Com destino ao mercado interno, o pecuarista de Itapagipe/MG, informou preços de R$ 233/@ com prazo de 30 dias e abate para o dia 31 de agosto. Já a vaca gorda em Itauçu/GO, o valor informado foi de R$ 230/@ com pagamento à vista e abate para o dia 27 de agosto.
“No Mato Grosso, os frigoríficos exportadores têm se favorecido pela alta demanda chinesa pela carne bovina brasileira e pagam valores mais altos na arroba do boi, contribuindo para a firmeza nos preços locais”, destaca a consultoria. No Maranhão, a escassez de oferta de boiadas prontas tem emplacado forte pressão altista nas cotações, acrescenta a IHS Markit.
Nas demais praças do País, as indústrias frigoríficas optaram pela cautela nas compras no dia de hoje, pois preferiram avaliam os resultados das vendas de carne durante o final de semana.
Com os ajustes positivos na arroba e, consequentemente, maior volume de negócios no final da semana passada, as escalas de abate estão preenchidas, na maior parte do País, por uma semana, deixando os frigoríficos em uma posição mais confortável para definir as suas próximas estratégias, avalia a IHS Markit.
Entre o final deste mês e o início de setembro, espera-se que alguns lotes de boiada terminada nos confinamentos estejam prontos para abate. No entanto, avalia a consultoria, isso não deve ser suficiente para pressionar negativamente a arroba do boi gordo no curto prazo, já que, diante dos altos custos com a reposição de gado e a enorme escassez de boiada terminada no pasto, os pecuaristas têm obtido bastante êxito nas negociações, pressionado os preços para acima.
Mercado atacadista de carne
No mercado atacadista, os preços da carne bovina também permanecem muito firmes. Conforme Iglesias, a expectativa é que os preços aumentem durante a primeira quinzena de setembro, impulsionados pelo crescimento do consumo diante da entrada da massa salarial na economia.
O boi casado de animais castrados ficou cotado em R$14,61/kg, queda de 0,3% na comparação semana a semana. Resultado do menor fluxo de vendas no mercado doméstico.
Com isso, a ponta de agulha permaneceu em R$ 13 o quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 13,60 o quilo, e o corte traseiro continuou em R$ 15,60 o quilo.
Curtíssimo prazo
A expectativa é de que o mercado do boi gordo se mantenha firme, comprador. A exportação está consumindo boiadas jovens e o mercado interno, ajustado, justificam esse quadro.