Minas registra queda histórica nos índices de criminalidade

Gil Leonardi / Imprensa MG
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Análise das estatísticas aponta que 14 dos 15 tipos de crimes acompanhados estão em declínio no estado

Minas Gerais obteve os menores índices de criminalidade violenta dos últimos nove anos, entre os meses de janeiro e agosto de 2020.

Na análise de 13 crimes caracterizados como violentos, o índice é 41,3% menor que o apresentado no ano de 2012, primeiro da série histórica (quando a atual metodologia de análise de dados, a partir do Registro de Eventos de Defesa Social – Reds, foi implantada).

As estatísticas de crimes violentos são do Observatório de Segurança Pública, da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), e somam os registros de homicídio consumado e tentado, extorsão mediante sequestro consumado, sequestro e cárcere privado consumado e tentado, estupro consumado e tentado, estupro de vulnerável consumado e tentado, roubo consumado e tentado e extorsão tentado e consumado.

Além dos 13 crimes classificados tecnicamente como violentos, o Observatório também monitora mensalmente os registros de furto e lesão corporal. Dos 15 crimes, 14 estão em queda na comparação com o ano passado. Veja  o quadro.

Homicídios

Importante indicador de criminalidade, o número de vítimas de homicídios consumados também foi o menor dos últimos nove anos, considerando a série histórica iniciada em 2012. Na comparação com 2019, a queda é de 2,2% e, quando comparado com 2014 – pico do número de vítimas homicídios consumados em Minas – há redução de 1.150 vítimas em 2020, representando uma baixa de 40,3%.

Em Belo Horizonte, a redução foi de 25 mortes (-10,5%). No interior do estado, 646 municípios, ou seja, 75,7% do total, não registraram homicídios, mantiveram ou reduziram os índices em comparação aos oito primeiros meses (janeiro a agosto) do último ano.

O índice de homicídios é o menos impactado pelo isolamento social, segundo as forças de segurança do Estado.

Comparação

O índice geral de crimes violentos dos oito primeiros meses de 2020 foi 33,7% menor do que no mesmo período de 2019, com 16.202 ocorrências a menos. Em comparação ao ápice da criminalidade violenta em Minas, no ano de 2016, a queda é de 69,3%.

Também são acompanhadas e publicadas mensalmente, desde o início da pandemia, as estatísticas de feminicídio, neste caso, produzidas pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Entre janeiro e agosto de 2020, houve 86 registros (consumados), contra 89 do ano anterior, redução de 3,5%.

Outro destaque é a redução de estupros. Em paralelo aos oito primeiros meses do ano passado, foi detectado um recuo de 27,7% em 2020. Em BH, o número de registros do ato consumado caiu 24,6%.

Ao todo, 753 municípios mineiros (88,2%) não registraram estupros consumados, mantiveram ou reduziram os resultados em comparação a 2019. Quando analisadas as tentativas, o número de localidades sobe para 791 – o que representa 92,7% das 853 cidades mineiras.

Roubo

Também houve queda nos roubos, percentual -36,4%, e nos roubos tentados, -49,7%,.

No total, 669 municípios mineiros não registraram roubos consumados, mantiveram ou reduziram as estatísticas no comparativo com o período semelhante do último ano. Somente na capital a baixa foi de 4.422 roubos consumados (-36,9%).

Integração

Para o comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, “a redução dos índices criminais no estado se deve a quatro fatores fundamentais: a gestão do desempenho operacional, por meio do acompanhamento atento das atividades realizadas em todas as áreas da PM, com foco na melhoria dos processos de trabalho e na otimização dos recursos humanos; a setorização da gestão, com a implantação do projeto Bases de Segurança Comunitária, que fomenta a comunicação direta e próxima à população; o uso da tecnologia como aliada em todos os processos de gestão e execução da PM;  a integração entre os órgãos que compõem o Sistema de Defesa Estadual, além do empenho e do comprometimento de cada policial militar que executa suas atividades”.

O chefe da Polícia Civil, delegado-geral Wagner Pinto de Souza, também sublinha a atuação integrada das forças de Segurança para o alcance dessa queda histórica. “A diminuição gradativa é resultado do trabalho integrado das Polícias Civil e Militar e do Sistema Prisional. Verificamos uma convergência de esforços, por meio dos quais a PC realiza a investigação qualificada; a PM age com o patrulhamento preventivo; e o Sistema Prisional, com o monitoramento controlado dentro dos presídios. Ações que resultaram na redução vertiginosa dos índices criminais”, argumenta.

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