Cidade paulista vai testar vacinação em massa contra covid-19

© Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Município de Serrana faz parte de projeto conduzido pelo Butantan

Todos os moradores do município paulista de Serrana acima de 18 anos serão vacinados contra a covid-19, por fazerem parte de um projeto de pesquisa do Instituto Butantan, que enviará doses suficientes para vacinar pelo menos 30 mil pessoas.

O projeto está sendo conduzido pelo Butantan em parceria com o Hospital Estadual de Serrana, o governo do Estado e a prefeitura da cidade. Serrana fica a 314,9 km da capital, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto. Somente moradores podem participar.

Para facilitar a vacinação em massa, a cidade foi divida em 25 partes, que depois formaram quatro regiões separadas por cores. A vacinação será feita de quarta-feira a domingo, de acordo com o cronograma para cada cor.

Com a primeira dose serão imunizados os moradores da região verde (de 17 a 20 de fevereiro), em seguida os da região amarela (de 24 a 27 de fevereiro),da  região cinza (de 3 a 6 de março) e da região azul (10 a 13 de março).

Segundo a prefeitura, os moradores só podem tomar a vacina no período correspondente à cor de sua região, por conta da metodologia da pesquisa. A expectativa é a de que a vacinação seja concluída em dois meses.

A partir de quarta-feira (10) será feito um cadastro dos moradores, que serão orientados sobre qual região pertencem. Mulheres grávidas ou em amamentação, quem teve febre nas últimas 72 horas antes da vacinação e portadores de doenças graves não podem receber a dose e um médico orientará a população sobre isso nos locais das aplicações.

A prefeitura informou ainda que os postos de vacinação serão montados em oito escolas, de acordo com as áreas determinadas para o estudo para a aplicação das doses, determinado por cada área do estudo.

De acordo com o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, a cidade foi escolhida para o estudo por apresentar alta prevalência do novo coronavírus e uma grande quantidade de pessoas ativas para a doença, quase o dobro das outras cidades.

O objetivo do projeto é verificar o impacto de uma vacina em uma população inteira. Por isso, a ideia é vacinar o maior número possível de pessoas adultas. “Foram feitos vários estudos clínicos para verificar qual a eficácia da vacina com relação à proteção. Nenhum foi desenhado para demostrar o efeito sobre a epidemia e as graves condições que a epidemia determina”.

Dimas classificou a epidemia como “uma grande tragédia” que afeta todas as vidas de diversas maneiras, ultrapassando as barreiras do vírus, da doença e dos hospitais. “É uma tragédia econômica social, que quebra laços e o funcionamento normal de uma sociedade. Isso não é avaliado pelos estudos clínicos por isso temos que ter uma visão mais global.”

A participação no estudo é opcional, mas Dimas reforçou que quanto maior for a adesão, maior será a contribuição do estudo para o mundo.

“Com isso a gente acompanha a evolução da epidemia, avaliando aspectos técnicos que permitirão fazer cálculos, projeções, calcular se a vacina é eficaz em diminuir a transmissão. Para a população importante é que ela estará sendo vacinada em massa.”

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