Minas Gerais inicia a vacinação de idosos com mais de 90 anos

Fábio Marchetto
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SES-MG reforça que a imunidade não é imediata; uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento social não podem ser interrompidos

Os idosos são os mais vulneráveis para as internações hospitalares em decorrência da covid-19. Segundo dados epidemiológicos da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), pessoas acima de 60 anos respondem por 81% das mortes pela doença no estado.

Com o envio de nova remessa de doses aos municípios mineiros, a partir do dia 9/2, Minas Gerais deu início à imunização de 107.931 mil idosos com mais de 90 anos e de 42.353 trabalhadores de saúde, nesta que é a maior campanha de vacinação da história do Estado.

A priorização de grupos populacionais para a vacinação é necessária devido à indisponibilidade imediata de vacinas para todos os grupos mais vulneráveis às complicações e, por isso, estão sendo priorizados os públicos de maior risco para agravamento pela covid-19.

“A vacina protege os idosos para que eles não desenvolvam uma forma grave da covid-19, o que desafoga o sistema de saúde, principalmente em relação às ocupações dos leitos de UTI”, explica a subsecretária de Vigilância em Saúde, Janaína Passos. Indivíduos com mais de 90 anos têm risco 18,3 vezes maior de vir a óbito que o restante da população, e um risco de 8,5 vezes maior de serem hospitalizados.

Vacinas

Seguindo o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde (MS), que orienta a priorização dos idosos acima de 90 anos, um dos cuidados da SES-MG é cumprir o esquema vacinal com as duas doses.  No caso da vacina CoronaVac, o Ministério da Saúde orienta que o intervalo entre as doses seja de 15 dias. Para as doses do imunizante produzido pelo Laboratório AstraZeneca, o intervalo entre a aplicação da primeira e segunda dose deve ser de 12 semanas. Dessa forma, os grupos também são definidos conforme os imunizantes disponíveis e enviados pelo Ministério da Saúde.

“São vacinas seguras e voltadas para o vírus que está circulando em Minas Gerais. Nos estudos realizados com as duas vacinas, não foi observado nenhum efeito adverso grave”, observa Janaína Passos. A subsecretária esclarece, ainda, que a imunidade não é imediata e os idosos precisam manter os cuidados, como o uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento social.

Clique aqui para conferir quantitativo de doses de vacinas enviadas aos municípios para a imunização de idosos com mais de 90 anos e trabalhadores de saúde. 

Estratégia

Em relação ao cadastramento deste público e locais de vacinação, a SES-MG orienta aos municípios que sejam identificadas as condições de saúde dos grupos prioritários para a definição das melhores estratégias, para que ocorra de forma ordenada, segura e sem filas. “Uma ação que pode ser adotada é a vacinação extramuros, como em casos de idosos acamados, em que a equipe de saúde pode ir até a residência para vaciná-lo”, informa Janaína.

Paralelamente à imunização dos idosos com mais de 80 anos, os grupos da primeira etapa continuam sendo vacinados. Até 9/2, já haviam recebido a primeira dose: 290 mil profissionais de saúde; 196 mil idosos em instituições de longa permanência; 2 mil pessoas com deficiência institucionalizados; e 5,6 mil indígenas. Além disso, segundo a SES-MG, todos estes grupos também já estão sendo vacinados com a segunda dose.

O número de mineiros imunizados pode ser acompanhado pelo site Vacinômetro, atualizado diariamente: coronavirus.saude.mg.gov.br/vacinometro.

Trabalhadores de saúde

Para a definição dos trabalhadores de saúde imunizados, a SES-MG tem adotado as orientações do Ministério da Saúde, conforme o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19. São considerados como parte deste grupo prioritário todos aqueles profissionais que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância à saúde, como hospitais, clínicas, ambulatórios e laboratórios.

Conforme publicado pela Deliberação CIB-SUS/MG nº 3.319, fazem parte deste grupo: médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, odontólogos, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, profissionais da educação física, médicos veterinários e seus respectivos técnicos e auxiliares. Também serão vacinados os trabalhadores de apoio, como por exemplo os recepcionistas, seguranças, trabalhadores da limpeza, cozinheiros e auxiliares, motoristas de ambulâncias, entre outros que trabalham em unidades e serviços de saúde.

Incluem-se, ainda, no grupo de trabalhadores de saúde os profissionais que atuam em cuidados domiciliares, como os cuidadores de idosos, doulas e parteiras, assim como os funcionários do sistema funerário que trabalham diretamente com pessoas que vieram a óbito em decorrência da doença. A vacina também será disponibilizada para acadêmicos e estudantes da área técnica em saúde em estágio nas unidades hospitalares, atenção básica, clínicas e laboratórios.

É importante ressaltar que, com as vacinas recebidas pela SES-MG, serão imunizados, até o momento, 73% dos trabalhadores da saúde, priorizando-se aqueles que atuam na linha de frente no atendimento de casos de covid-19. A ampliação da cobertura desse público será gradativa, conforme a disponibilidade dos imunizantes.

Combate à covid-19

Desde o início da pandemia, o Governo de Minas adotou diversas ações no enfrentamento ao coronavírus. Uma das primeiras ações foi a aquisição de 1.047 respiradores, ao preço médio mais baixo do país. Isso permitiu que o Estado passasse de 2.047 leitos de UTI para os atuais 4.055, muitos deles em municípios que nunca tinham contado com unidades de terapia intensiva.

De forma antecipada, Minas garantiu, por meio de seu Plano de Contingenciamento de Vacinação Contra a Covid-19, a compra de 50 milhões de seringas agulhadas, além de 617 câmaras refrigeradas para serem distribuídas aos municípios com a finalidade de armazenar adequadamente os imunizantes.

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