Isolamento diminui e contaminação pela COVID-19 cresce em Belo Horizonte

Preocupação extra em locais que atraem grande público, como a feira da Avenida Afonso Pena, onde, apesar de mudanças para aumentar o espaçamento entre barracas, muita gente ignora medidas como o uso correto de máscaras (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
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Feira da Afonso Pena tem grande concentração de público e muitas pessoas não usam máscara ou a usam inadequadamente

Pelo segundo domingo seguido desde a permissão para voltar a funcionar, a Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte, atraiu grande volume de visitantes, mas, mesmo com concentração de público, muitas pessoas estavam sem máscaras ou com a proteção abaixada. Uma atitude de desleixo justamente agora que há tendência de queda no isolamento e a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2) aumentou. Uma das medidas para ajudar a proteger os clientes e expositores foi alongar a feira em 350 metros (+58%), distribuindo melhor as barracas e reduzindo aglomerações.

Segundo dados do Boletim Epidemiológico e Assistencial da Prefeitura de Belo Horizonte, nos últimos 21 dias registrados (22/4 a 12/5), justamente desde a reabertura para atividades não essenciais, a média de pessoas em isolamento na capital mineira foi de 45,8%. Mas o registro divulgado na última sexta-feira já apontava queda de 1,9 ponto percentual, com 43,9% das pessoas em isolamento, segundo a PBH.
Dentro do período de reabertura vigente, o domingo de 25 de abril, quando havia restrições, foi o pico de isolamento, com 53,7% dos habitantes da capital recolhidos. O índice mais baixo foi próximo do mais atual, chegando a 42,7% em 7 de maio. No último passado, primeiro de reabertura da tradicional Feira Hippie, como também é conhecido o mercado de artesanato, iguarias e guloseimas a céu aberto na Avenida Afonso Pena, o isolamento registrado foi o menor para esse dia, com índice de 49,9%, segundo o boletim da PBH.
Enquanto isso, dois dos três indicativos da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de Belo Horizonte para medir a expansão do coronavírus tiveram mais um aumento. Se a demanda por internações em enfermarias apresentou queda, o índice de transmissão por infectado e a taxa de ocupação de UTIs subiram 0,1%, como mostrou o boletim divulgado na sexta-feira.
O fator RT, que determina o avanço da transmissão da doença, passou de 1,02 para 1,03, atingindo o nível de alerta amarelo, considerado intermediário. O número aponta que 100 pessoas atualmente são capazes de contaminar outras 103 na cidade. O índice estava em 0,92 na semana passada, aparecendo na cor verde, o que é considerado o ideal pelos especialistas. Já a ocupação das UTIs subiu de 79,1% para 79,2%. Os últimos dados mostram que 831 pessoas estão internadas nas redes pública e privada. Atualmente, são 1.050 leitos disponíveis no município. Atualmente, 1.140 pacientes utilizam vagas de enfermaria na capital em sistema que comporta 2.004.
Ontem, a procura pela feira como espaço de lazer e comércio foi boa, ainda que longe de registrar ocupação densa de cada metro quadrado da pista da Avenida Afonso Pena como era antes da pandemia. Em duplas ou pequenos grupos, frequentadores voltaram a experimentar roupas, calçados, adereços e objetos confeccionados pelos expositores.

Pela presença notável das grandes sacolas de plástico verdes usadas para transportar compras, o faturamento foi bom para os expositores que vinham amargando quase dois meses de proibição de abertura. Mas, apesar de a maioria das pessoas estar equipada com máscaras faciais para conter a disseminação da COVID-19, muita gente se descuidou e manteve a proteção presa ao queixo ou pendurada na orelha, por distração, para conversar e não apenas para comer e beber que é quando se abre essa exceção.

Uma das medidas que ajudou a pulverizar mais a multidão entre as barracas e corredores formados pelos expositores foi o alongamento da feira, que antes era contida nos 600 metros da Avenida Afonso Pena, entre a Rua da Bahia e a Rua dos Guajajaras/Avenida Carandaí, e passou a ter 950 metros indo da Rua dos Guajajaras/Avenida Carandaí até a Praça 7.

Menos mortes

O número de mortos pela COVID registrados ontem em Minas Gerais é 26% menor que a média para o mesmo dia da semana dos últimos 30 dias. Foram 225 óbitos no estado, enquanto a média de um mês atrás era de 303 mortos. Os dados são do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). O número de casos confirmados, 4.141, em relação à mesma média, que é de 4.067, apresenta leve alta, de 2%, que é considerada estabilidade. No total, o estado é o segundo do Brasil em número absoluto de casos, com 1.463.543 confirmados. Estão em acompanhamento 76.227 casos. Os óbitos já chegam a 37.508.
O Brasil registrou 1.036 mortes e 40.941 casos nas últimas 24 horas, segundo o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), elevando o total desde o ínicio da pandemia, respectivamente, para 435.941 óbitos e 15.627.435 diagnósticos confirmados.
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