MP libera milho da Conab para criadores

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O governo federal autorizou, por meio da Medida Provisória 835/2018, o uso imediato dos estoques de milho em grão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para alimentação de animais. O acesso do milho será liberado aos criadores de aves e suínos e às indústrias de processamento de ração animal de todo o País, pelo período de 30 dias. A medida foi adotada em caráter emergencial. O setor foi bastante afetado pela greve dos caminhoneiros e vários animais já morreram por falta de ração.

O milho será ofertado pelo Programa de Vendas em Balcão (PROVB). “O acesso será efetuado diretamente nas unidades armazenadoras da Conab ao preço praticado pelo PROVB”, cita o texto. “As vendas em balcão serão realizadas na modalidade ‘à vista’ e a compra ficará limitada, por pessoa física ou jurídica, a quinhentas toneladas diárias”, completa a MP, publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), quase 70 milhões de aves foram mortas desde o início da greve até esta terça-feira, dia 29.

Na manhã desta quarta-feira, a associação alerta, em nota, que ainda há bloqueios que impedem a circulação de animais vivos, rações e produtos frigorificados pelo País. Também ressalta, que após nove dias de paralisação, seguem os registros de mortes de aves decorrentes do impedimento do transporte de insumos.

Segundo a ABPA, há grupos de manifestantes nas estradas que têm se tornado cada vez mais agressivos. A entidade cita como exemplo a queima de dois caminhões de ração na BR-101, perto da entrada do município de Muritiba, na Bahia.

A inconsequência dos atos nos piquetes terá impacto direto no poder de compra do consumidor. Com menor oferta de produtos, mas com a mesma carga tributária, mesmo custo operacional e possível alta nos insumos para a produção industrial, ficará mais caro produzir. Estima-se que os custos para a recuperação da normalidade do processo deverão ser 30% acima do anteriormente praticado”, avisa a ABPA.

De acordo com associação, as 167 unidades frigoríficas que informaram paralisação seguiram inoperantes até esta terça e parte delas deverá retomar gradativamente a produção a partir de hoje. “Com as exportações suspensas, cerca de 135 mil toneladas de carne de aves e de suínos deixaram de ser embarcadas desde o início da greve”, informa a entidade.

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