Asa Branca no cinema. Advinha quem poderá viver o ex-locutor polêmico e aventureiro

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Hoje, 50 quilos a mais na balança, o “capitão das arenas” coleciona mais uma vitória, a recente superação de um câncer na garganta. E nem mesmo as 33 sessões de radioterapia a que se submeteu durante o tratamento e que lhe deixaram, como efeito colateral, uma nevralgia do trigêmeo (distúrbio do nervo que conduz as informações de sensibilidade da face ao cérebro e que causa dores terríveis), o afasta de uma agenda movimentada e de uma série de projetos em andamento, entre os quais um filme sobre a sua vida e que deve ser estrelado por Rodrigo Santoro.

A ficção cinematográfica “Asa Branca – A Voz da Arena” já está em fase de produção e deve começar a ser rodada neste segundo semestre. O longa será filmado em São Paulo e também deverá ter locações fora da Capital para ambientar a cinebiografia.

O elenco ainda está sendo definido. Tudo indica que Rodrigo Santoro, hoje com uma carreira consolidada em Hollywood, é quem interpretará Asa Branca e a mulher dele deverá ser vivida por uma atriz também bastante conhecida. “Estão entre a Isis Valverde e a Leandra Leal, mas chegaram a cogitar a Paula Fernandes (cantora) também”,  disse o locutor aposentado em entrevista ao Diário da Região.

Entre tantas aventuras arriscadas em que se meteu – o pisão quase fatal de um touro quando ainda era peão, o caminhão que capotou na descida de uma serra, o incêndio de um avião em pleno voo e a explosão de um carro segundos após descer “correndo pro mato” -, o próprio Asa Branca adianta uma delas que deve estar presente no filme. Foi quando, em meados de 1980, resolveu aventurar-se numa travessia do México para os Estados Unidos.

“Contratei um coiote (espécie de agente que ajuda imigrantes clandestinos a cruzar a fronteira mexicana com os EUA) por uns 150 dólares e ele foi comigo até um rio. Tinha que nadar uns 90 metros pra chegar do lado americano. Quando fui mergulhar, ele me avisou que tinha crocodilo e daí apavorei. O cara me convenceu a comprar dois cachorros, que custaram mais 80 dólares, e me disse que era pra soltar o animal no rio, caso algum crocodilo aparecesse. Eu entrei na água com tudo, segurando os cachorros e conseguir sair do outro lado. Num vi nada, nem crocodilo e nem guarda”, relembra, entre muitas gargalhadas.

TUDO NAS TELAS

Ao pisar em solo norte-americano, Asa e seu castelhano de faroeste paraguaio tinham destino certo: área rural de Houston, Texas, onde encontraria um velho amigo, o peão Roy Carter. “Trabalhei num rancho, limpando cocheira. Um dia, em uma boate da cidade, vi pela primeira vez um microfone sem fio e como era um show profissional”, relata.

Asa Branca não teve dúvidas do seu destino. “Juntei dinheiro, comprei um microfone daquele pra mim e voltei pro Brasil. Trouxe todas as novidades que conheci lá e fez muito sucesso. A primeira vez que me apresentei com microfone sem fio o povo não acreditou, ficou desconfiado e achou que eu estava dublando”, sorri o cara que transformou as festas acanhadas de rodeio em acontecimentos – trouxe a narração das gineteadas pra dentro da arena, introduziu o helicóptero em suas chegadas aos recintos e profissionalizou uma indústria que fatura alto e faz a “indústria breteira” girar.

“Me chamavam de louco, e hoje a gente ganha até do futebol. Em termos de público, o rodeio hoje é o maior esporte do Brasil. Em Barretos, quando comecei lá, eu levava 7 mil pessoas, hoje é mais de 1 milhão. Querem acabar com as festas porque dizem que os animais são maltratados, mas isso não é verdade. Os rodeios são profissionais e empregam muita gente, do pipoqueiro ao peão”, afirma.

Ainda não há data para o inicio das filmagens, embora o roteiro já esteja fechado

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