IMA participa de encontro nacional sobre febre aftosa

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Simulado para atendimento a foco de febre aftosa contou com a participação de outros estados e países

Crédito: Divulgação/IMA

Focado nas ações da retirada da vacinação contra a febre aftosa, prevista para 2021, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), participou neste mês de agosto, em São José dos Pinhais, no Paraná, de simulado de emergência sanitária para treinamento de resposta a um foco de febre aftosa. Cerca de 170 médicos veterinários de todo o país tiveram oportunidade de vivenciar ações de contenção e atenção a um possível foco da doença. Participaram do evento profissionais do serviço veterinário oficial de todas as unidades federativas, além da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai; e do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa). Os servidores do IMA Natanael Lamas Dias e André Ramiro da Silva estiveram presentes.

Organizado pelo Departamento de Saúde Animal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o treinamento faz parte das atividades previstas no Plano Estratégico para retirada da vacina contra febre aftosa. O objetivo foi a preparação dos médicos veterinários para enfrentar uma eventual ocorrência de foco de febre aftosa e, indiretamente, para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, peste suína africana, influenza aviária, já que os protocolos sanitários e o caráter de emergência são semelhantes.

Status sanitário – Na corrida para mudar o status de área livre de febre aftosa com vacinação, para área livre da doença sem vacinação, Minas Gerais integra o bloco 4 do PNEFA, junto com outros estados que buscam o mesmo status, são eles: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal. O coordenador do Programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa no IMA, o médico veterinário Natanael Lamas Dias, comentou que a sinergia com os outros estados, na busca deste objetivo comum, é fundamental para a troca de experiências entre os órgãos de Defesa Agropecuária de todo o Brasil.

“Foi uma ótima experiência. Está previsto um treinamento similar em Minas Gerais em 2020.  A preparação da Defesa Sanitária Animal do IMA para o combate de uma emergência de febre aftosa é um fator de peso para a futura suspensão da vacinação contra a doença. Realizamos atividades nas propriedades rurais da região de São José dos Pinhais com simulação de focos. Foram ainda coletadas   amostras para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Pedro Leopoldo (MG), referência no diagnóstico da febre aftosa”, informou o médico veterinário.

Ele explica que o treinamento fez parte das ações específicas envolvidas na contenção e eliminação de foco de febre aftosa, e que preveem a apresentação de estrutura e organização de campo necessárias para execução destas operações. “O plano estratégico deve ser compreendido também pelo setor produtivo. A partir do momento que valorizamos os produtos agropecuários, geramos lucro para o produtor, e o Brasil ganha mercados”. observou.

A única unidade da federação que detém o status de área livre de febre aftosa sem vacinação atualmente é Santa Catarina. Para se ter uma ideia, aquele estado chega a exportar carne bovina 30% mais cara.

O diretor-geral do IMA, Thales Fernandes, comenta os impactos positivos que serão gerados pela retirada da vacinação. “Maior confiança internacional na defesa agropecuária de nosso estado significa novos parceiros, novos mercados, movimentando toda a cadeia produtiva, com maior valor agregado aos produtos mineiros e, consequentemente, mais renda ao produtor, ampliando o potencial do agronegócio em nosso estado”, analisa.

Parcerias

O IMA está alinhando todo o processo da retirada da vacinação com os sindicatos rurais, as associações de criadores de bovinos e bubalinos, a Faemg e iniciativa privada. Além disso, está aperfeiçoando a capacidade do serviço de Defesa Agropecuária oficial, investindo no aparelhamento e infraestrutura.

De acordo com Thales Fernandes, a execução do plano de ação para a retirada da vacinação em Minas Gerais é uma das prioridades de sua gestão. “São vários os benefícios desta mudança de status sanitário em Minas. Quando nosso estado alcançar o status de área livre de febre aftosa sem vacinação, em 2021, quem mais ganhará com o cenário será o produtor rural mineiro, que não vai mais precisar vacinar, duas vezes por ano, cerca de 23 milhões de bovinos e bubalinos. Ou seja, o produtor não terá mais gastos com a vacinação. Ganhará também o agronegócio mineiro. Toda a cadeia produtiva será beneficiada, não apenas o mercado de carne bovina, como também os de suínos e de aves”, argumenta.

Gestão compartilhada

Para alcançar essas vantagens para Minas, o diretor-geral do IMA lembra a importância da participação de todos. “A gestão compartilhada e a responsabilidade de todos os envolvidos é fundamental. Estamos alinhados com os sindicatos rurais, com as associações de criadores de animais e com a Faemg”, diz Thales Fernandes.

Mercado

Minas Gerais possui cerca de 23 de milhões de bovinos e bubalinos. O estado ocupa atualmente o 5º lugar no ranking de exportação de carne bovina, que corresponde a 10% de todo o produto vendido para outros países. De janeiro a julho de 2019, a exportação de carne bovina em Minas gerou receita de US$ 372 milhões, um crescimento de 21,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A China é o principal importador da carne bovina mineira, com 63% do total das compras. E o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, com receita de US$ 3,7 bilhão registrada no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 11,7% em relação ao mesmo período de 2018, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

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